O cantor, compositor e mestre de banda marcial Cassio Oli lançou no dia 12 desse mês de agosto seu primeiro álbum chamado ‘BLOCO MARCIAL’. São 9 músicas que você simplesmente não vai querer para de ouvir.
A confecção do álbum faz parte da premiação do festival Pré-Amp 2019, quando Cassio Oli foi escolhido vencedor.
O artista consegue produzir um som único e mantém uma autêntica sonoridade pernambucana.
Cassio Oli é sem sombra de dúvidas um dos artistas mais competentes e sua música é uma das mais verdadeiras e agradavelmente contagiante no nosso cenário musical dos últimos anos!
Conferimos um bate papo com Cassio Oli e compartilhamos aqui com você.
Entrevista com Cassio Oli
Cultura Iminente: Cassio, nós aqui da Cultura Iminente já escutamos seu álbum diversas vezes e cada vez dá mais vontade de ouvir! Qual a tua sensação ao finalizar a produção desse álbum e nos conta como foi esse processo, já que tudo aconteceu durante uma pandemia que perdura até hoje.
Cassio Oli: Que massa saber disso que vocês escutam e dá mais vontade de escutar, fico muito feliz de saber isso!
E a sensação é uma felicidade, um pouco de alívio... porque é todo um processo de idealização, composição, testes, enfim, shows... você vai, entra no estúdio, grava, enfim, é todo um processo de muito trabalho e expectativa.
E o resultado foi o resultado que tinha que ser mesmo, não tem o que mexer, é um ciclo que se fecha e acho que o processo todo, que valeu muito a pena, tá chegando nesse resultado! E mesmo que seja um resultado final, o disco continua, ele vai envelhecendo e vai se ressignificando, a gente escuta uma vez é uma coisa, escuta na segunda e a gente tem outra sensação e é isso, embora o disco esteja ali finalizado, ele vai modificando, ao longo da história ele pode dialogar ou não com as futuras épocas, no decorrer dos anos as vezes ele dialoga mais, as vezes dialoga menos e gera uma expectativa porque a gente não sabe como vai escutar esse disco daqui a 2, 5, 10 anos. As vezes um disco faz mais sentido depois e pessoalmente vai trazendo novas percepções, ele vai se ressignificando a cada vez que ‘se dá o play’.
Cultura Iminente: O que você tira de aprendizado desse processo de produção de seu primeiro álbum?
Cassio Oli: Acho que um aprendizado importante é essa experiência de se trabalhar com músicos variados, com pessoas que têm outras experiências, outras referências. Muito importante a construção do trabalho que foi com André T que produziu 3 músicas, assim como um outro produtor que foi o Rogério Samico, cada um com suas particularidades e poder tentar alinhar ali os objetivos sonoros, musicais, foi uma experiência muito boa, experiência também de estúdio que é um ambiente que o músico sempre vai estar. Então acho que a grande experiência ali, o aprendizado é nesse âmbito de se relacionar com variados músicos e trabalhar em conjunto com personalidades musicais diferentes para chegar num objetivo comum.
Cultura Iminente: Cassio, o que mais te motiva em sua carreira como músico, aquilo que te faz seguir em frente? E em sua opinião, por tudo que você já viveu e observou em sua trajetória musical até aqui, o que mais dificulta?
Cassio Oli: Música sempre fez parte de mim! O que eu sinto é como se fosse da essência mesmo, sabe? Eu posso até está num momento da vida, como já aconteceu por vários motivos, de não está executando algum projeto, de não estar tocando, mas enfim, sempre que dá eu ouço ou eu componho alguma coisa enfim, é tudo muito natural! E essa questão da motivação parece que é tipo alguma coisa assim que a gente necessita, eu acho que ouvir música pra mim é alguma coisa muito instintiva, uma coisa muito natural e inseparável, como se fizesse parte de mim, é aquela chama que não apaga, sempre permanece! Eu posso até não estar envolvido em algum projeto, mas a musicalidade está sempre presente de uma forma ou de outra! Dificilmente eu vou parar de viver isso, eu sinto isso!
E o que mais dificulta, eu acho, na música, no geral, no sentido de quem quer viver de música, de estar atuante numa cadeia produtiva, se sustentar disso de alguma forma, acho que o mercado brasileiro musical é muito complicado pra você poder ter o retorno financeiro que lhe proporcione você permanecer naquela atividade musical. É meio complicado, eu acho que é isso, é um mercado muito complicado pra se viver, pra sobreviver de música! Aí você tem que dividir atividade musical com outras, profissionalmente, pra poder continuar ali fazendo aquela arte que você tanto gosta.
Cultura Iminente: Quais as referências musicais você entende que mais te influenciaram e que leitura você consegue fazer da tua produção musical?
Cassio Oli: De um modo geral as minhas referências, não relacionadas diretamente ao disco, mas eu acho que um pouco de música erudita, sobretudo Heitor Villa-Lobos (de música erudita é o compositor que mais ouço). Tenho muitas referências, claro, das bandas marciais, foi toda uma infância, adolescência, ensaiando com a banda e essa sonoridade das bandas marciais, as composições de Duda pra banda de música, de Ademir Araújo, Écio Rodrigues, são compositores que me marcam muito... os carnavais... toquei bastante nas orquestras de frevo! Também tem o Movimento Mangue, eu ouvi muito as bandas que fazem parte, Nação, e aí vem também Cordel, Mundo Livre SA, bandas que vieram pouco depois como Mombojó, enfim, essas bandas, Eddie... são bandas que eu ouvi muito! Bandas também Indie, The Strockes, Artic Monkeys, são bandas que eu ouvi muito e acho que tem muita influência hoje no som que eu faço!
Cultura Iminente: Quais os planos agora? E os próximos passos, agenda, projetos... o que o público pode esperar nos próximos meses de Cassio Oli?
Cassio Oli: De agora em diante é tentar divulgar mais o disco, em setembro a gente está tentando fazer um show de lançamento. Também penso em algumas parcerias, ‘tirar algumas parcerias aí da gaveta’... não tem nada certo ainda, mas em breve a gente vai estar divulgando.
Você pode conferir o álbum Bloco Marcial de Cassio Oli em todas as plataformas de streaming de música.