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  • Foto do escritorCultura Iminente

Se eu fosse Malcolm?

A Cultura iminente foi conferir esse espetáculo que estreou em setembro no Festival Cena Cumplicidades com duas apresentações e que agora, na última sexta-feira dia 17 de novembro, cravou sua terceira apresentação estreando também no 22º Festival Recife do Teatro Nacional.



Foto: Rogério Alves


“E se eu fosse um menino negro do Ibura, periferia do recife?.. E se eu estudasse a vida inteira em escola e universidade pública?.. [...] E se eu fosse o primeiro da família a entrar numa universidade?.. [...] E se eu fosse viajando o mundo com a arte: França, Argentina, Cuba, Paraguai, Uruguai, República Dominicana, Panamá, Espanha?.. E se eu fosse Mestre em Estudos Literários?.. E seu eu fosse juntar isso tudo num espetáculo de teatro?.. E se eu fosse Malcolm?..” (@eronvillar)


Ao final tivemos a oportunidade de conversar com Eron Villar que nos contou um pouco sobre a emoção de apresentar esse trabalho, a importância da mensagem, o formato, a equipe de produção, os próximos passos e as possibilidades de desdobramentos que já começam a surgir diante esse espetáculo que propõe uma reflexão mais que necessária. Intenso e irreverente, ‘Se eu fosse Malcolm’ é um misto que traz a densidade que o tema requer, acompanhado de sensibilidade e alegria numa performance prazerosa proporcionada por Eron Villar e Dj Vibra.



Foto: Raquel Midiam


Entrevista

 

Cultura Iminente: Qual o sentimento de agora, logo após terminar a apresentação?

 

Eron Villar: A sensação é de muito entusiasmo! Pela receptividade das pessoas, pelo processo todo de construção do espetáculo, de perceber que o espetáculo tá mais dinâmico, tá mais solto... e que isso chega nas pessoas, chega na plateia. É nossa terceira apresentação, né! Fizemos a estreia, mais uma... e claro que as coisas vão se ajustando, a gente vai melhorando... A gente ouviu muito as pessoas nas duas primeiras, já trouxe coisas que as pessoas sugeriram, já incorporou movimento, o tempo... então isso vai dando essa organicidade ao espetáculo e assim, pela recepção das pessoas a gente percebe que chega, sabe? Tá chegando! Tá contando o que quer contar! Seja pra preto, pra branco, pra novo, pra velho, o espetáculo tá chegando!

 

Cultura Iminente: O que de mais significativo você espera que o público leve daqui após a experiência de assistir esse espetáculo?

 

Eron Villar: Primeiro a reflexão, sobretudo esse contexto, se não só de raça mais de gênero, de identidade, de classes sociais... e trazer esse questionamento mesmo na cara dura de apontar, sabe? De deixar muito nítido qual é a nossa posição sobre isso tudo, política, social, cultural... mas também com alegria, com rebolação, com liberdade, com corpo que se mexe, com corpo que pode construir esse novo espaço de pensamento, de libertação, de consciência... Felicidade, alegria e reflexão!

 

Cultura Iminente: E quanto a essa ‘equipe de milhão’ que você reuniu para esse projeto, o que você de coração pode falar dela?

 

Eron Villar: Empenho! A gente começou esse espetáculo sem nenhum Real no bolso, a gente produziu tudo por conta própria. As pessoas acreditaram na iniciativa, investiram seu tempo, seu trabalho... Já tivemos retorno! A gente conseguiu estrear já com cachê, então todo mundo já foi pago, mas quando toparam fazer, não tinha 1 Real! Então esse empenho já é muito importante nesse aspecto. Segundo, afinidade! A gente trabalha com pessoas que a gente convidou uma por uma porque a gente acredita nelas como profissionais e como pessoas. A gente quer uma equipe que esteja junto pra todas as situações, até porque cada vez mais a gente vai tentando selecionar com quem a gente quer trabalhar, com que tipo de ambiente você quer trabalhar, qual tipo de energia você quer compartilhar... porque se for viajar, for passar um convívio maior, não tem como ser uma coisa desagradável, né! Os empregos tradicionais já tem isso... então a gente tenta cada vez mais trazer pra junto quem a gente confia e gosta e acredita! Essa é a equipe do milhão afetivo!

 

Cultura Iminente: Quais os próximos passos para ‘Se eu fosse Malcolm?’, já tem agenda fechada com outros circuitos ou planejamento para que esse projeto também se desdobre em outras possibilidades, até mesmo em outras linguagens, já que você atua por tantos terrenos como os quadrinhos e até mesmo o cinema que parece estar cada vez mais presente aí em sua vida?

 

Eron Villar: Temos agenda sim dia 28, agora de novembro, aí já, no Daruê Malungo, lá em Chão de Estrela, dentro da programação da Semana Afro do Daruê; um projeto lindo! Às 19h e 30min, uma terça-feira. Dia 30 e 31 de janeiro no ‘Janeiro de Grandes Espetáculos’, lá no Teatro Marco Camarotti... E o projeto está saindo em outros editais e se tudo der certo a gente vai pra São Paulo em março do ano que vem já pra ampliar essa reflexão.

 

...Bruno Alves, que é amigo meu, quando viu o espetáculo pela primeira vez (e é a segunda vez que ele viu hoje), disse: “Isso é um quadrinho pronto, é só fazer!” (risos) E a gente tem sim uma ideia de fazer uma coisa meio documental/ficcional com essa temática, levando pras comunidades, descobrir o Malcolm de cada comunidade! Com o Daruê já vai ser o primeiro passo nisso, que vai ser lá na comunidade, lá em Chão de Estrela, pra o núcleo, a família, a comunidade do Daruê Malungo ali, isso vai ser uma experiência já bem diferente de trazer para o teatro, onde as pessoas saem de suas casas... vai tá no meio da comunidade!

 

O espetáculo teve casa cheia e fez parte da programação do 22º Festival Recife do Teatro Nacional que contará com várias apresentações em palcos e ruas da cidade do Recife até o dia 26 de novembro.


 

Para toda programação do 22º Festival Recife do Teatro Nacional o acesso é gratuito, mediante entrega de 1 Kg de alimento não perecível.

 

 

ESPETÁCULO:

 

Se eu fosse Malcolm?

 

 

FICHA TÉCNICA

 

Performance e encenação: Eron Villar e DJ Vibra

 

Texto, iluminação e cenografia: Eron Villar

 

Trilha sonora: Vibra

 

Músicos: D Mingus e Magi Brasil

 

Preparação corporal: Fábio Cabide

 

Confecção de figurinos e maquiagem: Juannita Lyra

 

Operação de luz: Nadjeckson Lacerda

 

Fotografias: Rogério Alves

 

Vídeos: Morgana Narjara (Colibri Audiovisual)

 

Produção executiva e mídias sociais: Brunna Martins (Ananse Produções Artísticas)

 

Produção geral: Eron Villar e Vibra

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